“A poesia do meu olhar sobre as civilizações”.
Nesta curta, mas tão reveladora frase, encontram-se as chaves para a compreensão da obra de Mariola. Esta pintora polaca, que um dia escolheu viver em Portugal, “lugar de ligação das culturas luso-brasileira e luso-árabe”, manifesta claramente o seu interesse e conhecimento das culturas indígenas e a vontade de uma arte, que expresse os signos e ícones das suas mitologias. Nesta pintura transparece uma sensibilidade feminina, encontramos, por exemplo, várias alusões ao mito da “Grande Mãe”, presente em tantas sociedades primitivas mas também raíz ancestral de imaginários comuns.
Formada em arquitectura na Polónia, estudou pintura, mais tarde, em Itália. Aprofundou os estudos com conhecimentos de etnografia e mitologia. A sua admiração por culturas indígenas levou-a até Marrocos e Brasil ao encontro das tribos Pi-Kiriri e Fulni-Ôs. Explora também diferentes formas de expressão artística em azulejaria e escultura em mármore.
Se é sensível, indiferentemente das suas origens, o ser humano partilha da emoção e da experiência estética da arte em qualquer lugar do mundo.
Margarida Pinto Correia (Fundação do Gil) 2008
“Humanos e raízes” exposição dedicada pà Fundação do Gil.
“...Pela força das cores. Pelo universo da luz, pela vontade de fazer daquele Mundo, porque o trabalho dela nos abre janelas.”
Alicja Tylmann magazine “Szpak” Szczecin, Polónia 2008
...”A sua Pintura torna-se combinação da estética contemporânea com tradição figurativa inspirada nos ícones da arte primitiva. E o resultado é uma expressão de força baseada na simplicidade das formas e na energia das cores fortes...”
Júlio Quaresma/Revista "Caras"/26 Outubro 2002, Portugal
Mariola territorializa um universo de registos e lingagens que nos remete para culturas venatorias do Paleolítico Superior e para os grafismos infantis numa clara pesquisa sobre os significantes e ícones primitivos.
Admiradora da cultura primitiva, desde as suas manifestações pré-históricas às manifestações indígenas, a artista recorre nas suas obras a um léxico evanescente dos simbolismos dessas culturas ancestrais.
Rodriguez Vaz/Correio da Manhã/13.02.2000, Portugal
..."revela-se mais uma vez com uma pintura tão serena quanto delicada,onde é visível a força cultural do seu pais natal, ao procurar explorar o insólito Da simplicidade e a beleza das coisas mais comezinhas,mas que fazem parte do quotidiano e, por isso,têm de ser igualmente glorificadas. Trata-se de uma pintura que procura na cor um pretexto para um desenho que, evocando sempre a liberdade de expressão formal, se torna crescentemente voluptuoso...